Os Fundamentos da Liberdade
Friedrich A. von Hayek completou o manuscrito em língua inglesa de A Constituição da Liberdade no dia do seu sexagésimo aniversário, 8 de Maio de 1959. O livro foi publicado oficialmente a 9 de Fevereiro de 1960, nos Estados Unidos da América. Nesta obra, Hayek parte para uma defesa profunda e até inovadora da liberdade, ao sustentá-la, não apenas como mais um, mas como o primeiro princípio, fundamental para a manutenção dos restantes valores morais. Primeiro, porque é o que permite a assunção de responsabilidade, desde logo, para pensar e, por isso, progredir intelectualmente. Em segundo, dado o reconhecimento – até conservador (tanto que obriga o autor a redigir, no final, Why I Am Not A Conservative) – da limitação e falibilidade humanas, pela necessidade de abertura ao maior número possível de ideias, como um laboratório experimental, valendo como única forma de reduzir a ignorância. Ou seja, o austríaco apresenta aqui um argumento epistemológico que eleva, por exemplo, o argumento da concorrência a uma crucialidade transversal e quase existencial, como é pelo facto de termos de lidar com informação e conhecimento disponíveis a níveis de dispersão tais que se tornam impossíveis de processar perfeitamente. É uma lógica anterior às situações concretas do mercado e de uma instrumentalidade de tal maneira intuitiva que imediatamente justifica o sucesso da liberdade na criação de condições para a prosperidade material, assim como, em última análise, da superioridade e preservação de certos valores sobre outros nas sociedades onde existe. Não obstante o menor impacto em comparação com O Caminho para a Servidão (seu best-seller, de 1944), A Constituição da Liberdade detém hoje o estatuto de clássico da Filosofia Política do século XX, e tem um mérito absolutamente reconhecido tanto por aqueles que são críticos do pensamento de Hayek como pelos admiradores da sua obra. Manuel Morgado
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