Uma das coisas que mais me fascina na vida é como é que é uma tão grande quantidade de pessoas permanecem enredadas no estatismo apesar da inerência do vício e da destruição do paradigma estatista. Porque continuar afeiçoado a algo – e ficar hiper emocionado aquando dos fracassos deste – e despender toda uma vida de reformas contínuas – quando é óbvio que este programa não pode nunca funcionar?
É frequente os estatistas ficarem irritados com os libertários quando estes se apercebem de algo a que chamam a nossa impraticabilidade. Sempre que se está perante uma nova crise nos seus programas estatistas, estes dizem-nos a nós libertários: “Mostrem-nos os vossos plano para a imigração! Mostrem-nos o vossos planos para a guerra às drogas! Mostrem-nos os vossos planos para a educação pública! Mostrem-nos os vossos planos para os cuidados de saúde! Mostrem-nos os vossos planos para o estado providência!”
Nós libertários respondemos: “ Nós não temos qualquer plano para nenhuma dessas coisas pois sabemos que todos eles são inerentemente defeituosos. Propomos o desmantelamento ou a rejeição desses programas, deixando dessa forma imperar a liberdade e os mercados livres.” Esta resposta leva os estatistas a exclamar: “OH vocês, Libertários, são tão pouco práticos!!…”
Mas o que poderá ser mais prático do que propor uma solução que funciona? A liberdade e os mercados livre funcionam de facto. Não será racional apoiar algo que é exequível, quando comparado com algo que é inerentemente defeituoso?
Consideremos os controlos de imigração. Como expliquei anteriormente, estes controlos são inerentemente defeituosos pois não são mais do que uma forma de planeamento central socialista. Não poderá haver nunca qualquer forma para que o comité central possa adquirir o conhecimento para planear centralmente as complexidades de um mercado de trabalho local, nacional e muito menos um mercado a nível internacional. E quanto mais o comité central o tenta fazer, através de novas reformas e intervenções, vai-se exacerbando a crise.
Ao longo das décadas, tenho visto celeumas sobre crises relativas à imigração e a guerra às drogas. Mais ou menos em cada cinco anos, após ser decretada uma qualquer nova reforma, as pessoas ficam hiper emocionadas sobre a “crise” da emigração e a “crise” das drogas. Não há reforma que as possa satisfazer, muito simplesmente porque não existe qualquer reforma que possa provar ser efectiva dado o vício desses programas.
Por exemplo, há muitos anos atrás os estatistas afirmaram: “Se ao menos promulgassem que fosse ilegal que os patrões Americanos empregassem emigrantes ilegais, não seria necessário nunca mais qualquer reforma, pois não existirão quaisquer empregos para estes” (o que, é evidente, contradiz as suas alegações de que os emigrantes ilegais viriam para os EUA em busca de assistência social). E assim, os estatistas tiveram os seus desejos concretizados – decretou-se uma lei que convertia qualquer pessoa que contratasse emigrantes ilegais em criminosos federais.
Resolveu-se a crise? É claro que não, exactamente como eu disse que aconteceria. Voltou-se atrás e rejeitou-se a legislação uma vez que se apercebeu que esta não funcionava? É claro que não. Quando toda a gente entrar em loucura com a próxima crise da emigração, vai-se amontoar mais intervenções àquelas já feitas.
Passa-se o mesmo com a guerra às drogas. Todos os episódios de fracasso visando a eliminação das drogas foram enfrentados com uma chamada a novas reformas. Penas mínimas obrigatórias. Expropriação de bens. Relatórios bancários obrigatórios. Violações de privacidade financeira. Regulações sobre importações. Tropas Americanas na Colômbia. Extradição dos barões da droga. A última é a severa restrição militar no México, algo a que os estatistas pedem desde há muito no lado Americano da fronteira, o que nada mais fez do que explodir a violência da guerra às drogas também ao longo da fronteira.
A resposta a toda esta loucura é óbvia: liberdade e mercados livres. É a única coisa que funcionará e é a única coisa que é baseada em princípios morais. Abra-se as fronteiras à livre circulação de bens, serviços, e pessoas. Legalize-se todas as drogas, e não apenas a marijuana. Imediatamente todas essas crises de emigração e das drogas desaparecerão.
Acabe-se com as mortes ao longo da fronteira. Acabe-se com os trespasses ilegais das propriedades dos rancheiros. Acabe-se com o transporte de emigrantes na parte traseira dos tractores. Acabe-se com a verificação de Bilhetes de identidade. Acabe-se com os raids sobre negócios privados. Acabe-se com os cartéis de droga. Acabe-se com os assassínios da guerra às drogas. Acabe-se com as violações sobre as liberdades civis e privacidade financeira. Apenas comércio pacífico e harmonioso entre as pessoas, cada uma vivendo a sua vida e buscando a felicidade à sua maneira.
O quanto mais prático é possível ser? Quanto mais moral se pode ser?
Em vez disso, os estatistas retêm o nosso país [1] constrangido ao estatismo, afirmando-nos que a únicas propostas aceitáveis são aquelas que mantêm a existência de programas estatistas. Devemos operar dentro do paradigma do estatismo, dizem-nos, o que significa que as nossas propostas se devem limitar a reformar, e não rejeitar, o seu estatismo.
Mas isto é um perfeito absurdo! Quando um paradigma é inerentemente defeituoso, a única tomada de acção racional e verdadeira é o apelar à sua substituição por um novo paradigma, especialmente por um que funcione. A liberdade e os mercados livres funcionam. O estatismo não funciona e não pode funcionar.
- EUA, o autor é americano, N. do T. ↩︎