No capítulo 3, generalizamos o exemplo da janela partida.
Uma ideia errada, que é simplesmente a falácia do poder de compra mas em maior escala, é que a guerra, ou períodos de crise, criam riqueza. Acredita-se, nos círculos académicos, que depois de uma guerra acabar (ou uma pandemia), há uma procura acumulada que vai fazer com que as pessoas consumam muito, aumentando a riqueza para um nível superior ao que teríamos sem a guerra, por causa dos esforços de reconstrução.
![](https://mises.pt/wp-content/uploads/2025/02/Bomb_versus_Metropolis._Atomic_bomb_explosion_superimposed_over_image_of_New_York_City._Photograph_of_image_taken_October_3_1950_-_DPLA_-_b61f57bede22e6882fafc6fbe8d14b0c-910x1024.jpg)
Imagina que havia uma bomba (de frequência sonora, por exemplo) que destruía todas as janelas de Portugal.
O teu cunhado dirá:
A tua avozinha, tristemente, dir-te-á:
Os fabricantes de janelas e os empreiteiros (os “trolhas”, para quem é do Norte como eu) foram realmente beneficiados quando as janelas foram destruídas. Mas foi à custa de milhares de outros negócios que agora não têm clientes, e empregos que não foram criados. E ao mesmo tempo, estamos todos menos ricos pois estas empresas e pessoas iriam satisfazer necessidades mais urgentes, como os remédios.
Um exemplo na vida real é o “New Deal” americano, em que a “Public Works Administration” e a “Civilian Conservation Corps” (https://mises.org/articles-interest/fdr-man-leader-legacy) gastaram milhares de milhões de dólares com o objectivo de empregar milhões de desempregados. Na prática, muitos deles eram pagos para ficar a olhar para o chão o dia todo e muitas vezes construíam coisas que uns meses depois eram destruídas outra vez.
Em conclusão, riqueza não se cria ao destruir alguma coisa para a voltar a construir: menos um mais um não é igual a dois (– 1 + 1 != 2)!
Nota: O livro Economia Numa Lição de Henry Hazlitt está disponível gratuitamente na nossa biblioteca.