No capítulo 2, aprendemos sobre a falácia do poder de compra, através do exemplo da janela partida.
Vamos supor que alguém atira uma pedra à tua janela, e a parte.
O teu cunhado, que andou nas melhores faculdades de Economia do mundo, dir-te-á:
– Na realidade, a janela ter sido partida não é um problema e acaba por ser uma coisa boa! O dinheiro que vais gastar numa janela nova vai dar emprego às pessoas que a produzem, que depois o vão gastar noutras coisas. Isto aumenta o poder de compra delas, logo aumenta a riqueza da sociedade. – (ele talvez também mencione um “efeito multiplicador” dos gastos). A tua avozinha, no entanto, é sábia:
– Se a janela não se tivesse partido, podias ter usado o dinheiro para comprar um fato novo. Desta forma, a tua família ficava não só com uma janela, mas também com um fato. Para além disso, o dinheiro que gastarias num fato também iria para o bolso do alfaiate, aumentando o seu poder de compra.
Mesmo que não consumisses nenhum produto agora, podias poupar o dinheiro para o futuro; para um dia em que as coisas não estivessem a correr tão bem, e precisasses dele. Ou podias investir num negócio que produz coisas que acreditas que vão satisfazer as necessidades das pessoas, tendo, assim, lucro. Esta é a falácia do poder de compra, que é a base de 90% das ilusões na Economia.
Em conclusão, a grande diferença entre os dois casos é que num ficamos com a janela e noutro ficamos com a janela e mais alguma coisa. Este é o conceito de custo de oportunidade que a falácia do poder de compra que acabámos de ouvir não tem em consideração. No segundo caso somos mais ricos, porque pudemos satisfazer mais necessidades.
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