Volta e meia, forças comunistas como a CGTP, a UGT, o CESP, entre outras forças do obscurantismo, lançam um clima de terror. Promovem paralisações, greves e uma parafernália de manobras para transformar o cidadão comum num potencial diabolizador de quem quer construir.
Os construtores da nossa sociedade são todos aqueles que fornecem bens e serviços para que todos nós tenhamos uma vida melhor, mais tecnologia, melhor qualidade de vida e serviços melhor prestados. Claro que, no meio disso tudo, há sempre alguém que dá a cara, que está numa loja a vender um serviço, como, por exemplo, um seguro, um cartão bancário, viagens, ou um bem, como uma camisola, calças, o novo iPhone, etc.
Mas, na relação entre empregador e empregado, há sempre uma força negra e obscura que tenta minar (e esta é a palavra correta) essa relação. Esse demónio está sempre numa disputa para virar o empregado contra o empregador. O empregado fica com a sensação de ter ganho mais um direito, quando, na verdade, isso é um meio de ficar mais pobre, um estilo Robin Hoodeano inverso. A técnica utilizada é uma coisa abjecta chamada “direitos positivos”. Vamos fazer um parêntese para explicar o que são direitos positivos.
O direito positivo é o inverso do direito natural. O direito positivo é algo que tem de ser arrancado de alguém para ser dado a outro, como, por exemplo, os impostos. Os impostos são arrancados de mim para pagar a um desempregado, a um político ou até mesmo a um inspector das finanças; para me roubar ainda mais em multas porque, na minha loja, não cobrei por um saco de plástico.
Este também é exímio a actuar onde há crime sem vítimas. O exemplo disso é simples para que todos entendam: se alguém, de carro, pisar uma linha dupla contínua, incorre num crime mesmo que não tenha causado prejuízo a ninguém. Afinal, quem foi a vítima desse crime?
Já o direito natural deriva da racionalidade, ética, moral e bom senso, como, por exemplo, contratos voluntários acordados entre as partes, sem interferências de terceiros. Esses terceiros normalmente estão alienados da realidade da sociedade. O que me impediria de dar um saco a um cliente sem cometer um crime, se assim o quisesse? Só mesmo um burocrata para manter o monstro que se chama Estado.
Voltando ao tema dos agentes do mal, os “sindicatos”, além de influenciarem os mais facilmente influenciáveis – os funcionários públicos -, também se têm virado para o sector privado. E, de alguns anos para cá, estão em ataque aos comerciantes. A mira são estabelecimentos comerciais, lojas em geral, mas principalmente os shoppings ou, como diria o dirigente do PCP, os “grandes grupos económicos”.
O discurso dos sindicatos é sempre o mesmo: mais direitos, mais condições, mais salário. E têm feito pressão para levar essa questão ao parlamento. Um dos assuntos, já muito antigo, é que os funcionários terão direito ao fim de semana, o que levaria ao encerramento de estabelecimentos comerciais durante esse período. E, se por alguma hipótese isso fosse discutido no parlamento e se tornasse lei?
Convido-vos a fazer um exercício de lógica racional através da chamada acção humana de que Ludwig von Mises falava: alguém que contrata uma pessoa para um determinado trabalho está a comprar tempo. O contratado está a dispor do seu tempo e habilidade em troca de euros. Se reduzirmos o número de horas trabalhadas semanalmente ou mensalmente, só vejo duas opções: ou o salário tem que ser ajustado para o mesmo número de horas trabalhadas ou terá que trabalhar mais durante a semana para compensar o fim de semana. Nem vamos considerar se essas horas, que vão ser trabalhadas a mais durante a semana/mês, serão produtivas por causa do fluxo de clientes e dos horários.
E mais: há também o problema de pessoas que são contratadas para trabalharem aos fins de semana. Essas já não poderão trabalhar mais e trocar o seu tempo por um bem que se chama dinheiro, porque, afinal, aos fins de semana, os estabelecimentos comerciais estarão obrigatoriamente encerrados. Talvez esses sejam uma minoria e possam ser discriminados em detrimento da maioria, pois a democracia possibilita que isso aconteça.
Por vezes, trabalhar aos fins de semana pode ser um rendimento extra, mas, em alguns casos, pode ser a única fonte de rendimento, forçando esse trabalhador para o desemprego. Aposto que esse indivíduo não pediu nenhuma lei para não poder trabalhar e ganhar o seu dinheiro legitimamente.
Para terminar, um ponto adicional. Enquanto o preço dos bens podem ser ajustados pelo patrão/empreendedor, este não pode ajustar o horário do funcionário para maiores horas de fluxo (clientes) porque a lei não permite, o que nos pode levar à última instância: o proprietário desse mesmo estabelecimento não vai conseguir manter o negócio, e visto que tempo é igual a dinheiro, vai fechar as portas. Somando, vamos ter menos uma empresa a contribuir com bens e serviços e indivíduos no desemprego, levando ao jogo da soma zero. Por outro lado, se quisermos olhar de um ponto de vista positivo, agora os trabalhadores dessa empresa vão ter ainda mais do que o direito ao fim de semana de folga… É caso para dizer aos colectivistas: cuidado com o que desejam!