Dado que o novo Papa Leão é um cidadão americano, ele ainda é obrigado, segundo a lei dos EUA, a pagar impostos sobre o seu rendimento ao governo dos EUA. Por outras palavras, mesmo sendo agora um chefe de Estado, ele continua a ser um servo do Império dos EUA, obrigado a enviar uma parte do seu rendimento ao Tesouro dos EUA.
O que aconteceria se o Papa decidir que não vai mais ajudar a financiar o Império dos EUA através do pagamento de impostos sobre o rendimento?
Todos sabemos o que aconteceria. O IRS1 iria atrás dele com todo o seu poderio. Seria indiciado por um grande júri federal. Seria emitido um mandado de prisão. A Interpol seria notificada.
Assim que o Papa visitasse um país que seja um membro leal do Império dos EUA, seria imediatamente detido e rapidamente extraditado para os Estados Unidos, onde seria processado, condenado e encarcerado por ousar não financiar o Império dos EUA com uma parte do seu rendimento.
As autoridades americanas argumentariam que nenhum cidadão americano está acima da lei, nem mesmo o Papa. Recordar-nos-iam que todos os cidadãos americanos existem para servir o bem maior da nação. Os seus rendimentos pertencem efectivamente ao governo federal, que decide quanto dos rendimentos das pessoas lhes é permitido espoliar. Os cidadãos servem o governo, e não o contrário. Se um cidadão se recusa a servir o Império, recusando-se a pagar os seus impostos sobre o rendimento, o IRS está lá para o pôr na linha.
Um cidadão americano chamado Irwin Schiff aprendeu esta lição da maneira mais difícil. Acreditava que o imposto sobre o rendimento era inconstitucional e, portanto, que não tinha de entregar qualquer parte do seu rendimento ao governo federal. Escreveu livros aconselhando as pessoas a fazer o mesmo. Muitas dessas pessoas também deixaram de pagar os seus impostos sobre o rendimento.
Os funcionários federais ficaram furiosos com Schiff. O IRS perseguiu-o avidamente. Fizeram com que fosse indiciado, processado e preso. Quando Schiff ficou com cancro terminal, os federais recusaram-se cruelmente a conceder-lhe uma libertação antecipada por motivos humanitários, para que pudesse morrer junto da sua família. Teve de servir de exemplo para qualquer outra pessoa que sequer pensasse em seguir esse caminho. Morreu na prisão por se ter recusado a financiar o Império com uma parte dos seus rendimentos.
É isso que fariam ao Papa se ele se recusasse a servir e apoiar o Império com os impostos sobre o seu rendimento. Embora o Papa Leão seja agora o chefe do Vaticano, ele ainda existe como servo dentro do Império dos EUA, tal como todos os outros cidadãos americanos. Pague ou pague as consequências.
E o que aconteceria se o Papa Leão decidisse renunciar à sua cidadania americana para deixar de ser um servo do Império dos EUA? O governo dos EUA iria puni-lo com um “imposto de saída”2 pelo seu acto de deslealdade, que é o que fazem a qualquer americano que decide mudar de cidadania. O que acontece se essa pessoa se recusa a pagar o imposto de saída? O IRS irá indiciá-la, processá-la, condená-la e encarcerá-la. Se o Papa Leão decidir que não deseja mais ser um servo dentro do Império dos EUA, ele tem que pagar o imposto de saída do Império… ou então.
Vale a pena notar que os nossos antepassados americanos viveram sem imposto sobre o rendimento e sem o IRS durante mais de 100 anos. Isso porque sabiam que um imposto sobre o rendimento e um IRS para o aplicar eram anti-éticos aos princípios de uma sociedade genuinamente livre. Compreendiam que qualquer pessoa que vive sob um governo que detém o poder de confiscar o seu rendimento é um servo, não uma pessoa genuinamente livre. Somente uma pessoa que é livre para ficar com tudo o que ganha e decidir por si mesma o que fazer com o seu próprio dinheiro pode ser genuinamente considerada livre.
Os nossos antepassados americanos estavam certos em rejeitar o imposto sobre o rendimento e a servidão que o acompanha. O Papa Leão está implicitamente a lembrar-nos que, se o povo americano quiser recuperar a sua soberania como homens e mulheres livres, um pré-requisito necessário é a abolição do imposto sobre o rendimento e do IRS que o aplica.
Artigo publicado originalmente na Future of Freedom Foundation.
Notas do Tradutor
- Internal Revenue Services – agência norte-americana, a correspondência em Portugal é a Autoridade Tributária ↩︎
- Do inglês exit tax. ↩︎