No capítulo anterior, o quarto, aprendemos os efeitos distorcionários dos impostos. No entanto, os impostos não só distorcem, como destroem.
O vosso cunhado diz:
– Deveríamos aumentar o IRC de 21% para 25%. Se aumentarmos um bocadinho o IRC as empresas vão continuar a produzir e a ter lucros, por isso não afecta muito as pessoas, só as empresas multimilionárias que em vez de terem €1,000,000,000 em lucro passam a ter €950,000,000.
A vossa avózinha retorte:
– As empresas são muito afectadas com o IRC. Se só puderem ganhar 75% dos lucros que têm, enquanto se arriscam a perder 100% do seu investimento, porque deveriam arriscar? Logo, as pessoas e as empresas decidem investir menos, e em projectos menos arriscados (enquanto os outros que são mais arriscados têm o potencial de satisfazer imensas necessidades). Investir também significa contratar novas pessoas, por isso empregos que iriam ser criados não o são. Não investir em tecnologia, pessoas e em máquinas que seriam mais produtivas do que as que temos agora, significa que no futuro a maioria das pessoas não terá acesso a produtos mais baratos e melhores. Isto faz com que os salários reais, em termos do que conseguimos comprar, sejam mais baixos do que poderiam ser.
– O mesmo acontece com os rendimentos singulares. Se tu tens de trabalhar mais de metade do ano para o estado, e ainda só puderes ficar com menos de três quartos do que investes, para quê tentar? Mais vale pegares no dinheiro que tens e comprares algo hoje, em vez de investires e teres de esperar algum tempo para ganhares pouco, se é que ganhas alguma coisa.
O capital que criaria novos empregos privados é impedido de sequer vir a existir (e a ser acumulado), e a parte que consegue existir é desencorajada de criar novos negócios. As empresas e pessoas fogem do país para outros países com impostos mais baixos e políticas mais estáveis. Os gastadores compulsivos do governo criam o próprio problema de desemprego que afirmam resolver, e impedem que as próximas inovações do futuro sejam criadas.
Estes impostos também incentivam a que se gaste tempo em descobrir formas criativas de “utilizar” as leis para evitar que se paguem impostos, em vez de se usar esse tempo para pensar em novas formas de dar às pessoas produtos e serviços que elas querem. Em vez de termos milhares de contabilistas, poderíamos ter milhares de inovadores e empreendedores. Estes empregos são “fictícios” e poderiam estar a produzir mais e, consequentemente, a receber mais dinheiro.
Em conclusão, impostos desincentivam a produção e criam desemprego em indústrias que iriam satisfazer melhor as necessidades das pessoas do que o estado consegue fazer, o que leva a que haja menos riqueza.
Nota: O livro Economia Numa Lição de Henry Hazlitt está disponível gratuitamente na nossa biblioteca.
